sábado, 25 de dezembro de 2010

Peixes que trocam de sexo

Ter peixes, faz parte da infância de todo mundo. É o que dizem: cuidar de um peixinho nos trás o mínimo de responsabilidade, tudo o que uma criança precisa! - segundo os adultos. Para as crianças tudo o que precisamos é de um pátio para correr e um tio para perturbar.
Eu cheguei na idade de ter meus peixes bem cedo. Primeiramente ganhei um, mas eu esquecia de alimentá-lo e ele morreu. Eu não entendi muito bem isso, sempre tinha ouvido falar que dar amor à um ser vivo era muito mais importante do que dar bens físicos ou materiais, bem, com meu peixe dourado isso não funcionou.
Na minha segunda vez de ter peixes, eu tive logo dois. Era lindos peixinhos beta.
Eu não sabia se peixes tinham sexo, ou, se tinham, qual era o meio para identificá-lo, mas eu decidi que teria um macho e uma fêmea: Frida e Lino
Mas como os peixes eram idênticos, e eu não tinha como distingui-los, ia pelo meu humor. Às vezes acordava dizendo que o que nadava mais para a esquerda era o menino, às vezes dizia que o mais faminto era a menina. Mas na mesma hora eles se mexiam e eu perdia o que eu estava marcando, Frida virava Lino e Lino virava Frida.

Enfim, meus peixinhos passavam todos os dias uma cirurgia psicológica de troca de sexo. Talvez isso os tenha fatigado e feito eles morrerem tão depressa.

Chega de responsabilidades para uma criança!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sapataria

É legal quando você entra na loja bem em um horário de almoço, ou melhor, de depois do almoço. Parece que está todo mundo com preguiça e esfregando a barriga recentemente alimentada. Quando se trata de loja de sapato os bancos reservados para o cliente experimentar o calçado estão sendo usados por funcionários preguiçosos!
Enfim, vamos aos fatos...
Hoje fui numa loja dessas, ai decidi comprar um dos tênis que tinha experimentado - sim, achei um banco na loja onde não houvesse vendedor esperando a comida assentar. - quando cheguei na caixa tinha uma briga sendo formada. Não que eu goste de ver pessoas brigando, mas o motivo da briga é sempre algo tão banal e que poderia ser resolvido facilmente de outro modo, que me desperta o interesse. Outro aspecto legal de se observar brigas é que se ocorrer algo fora do controle e a polícia precisar de testemunhas, podemos servir aos protetores da lei. Não sou fofoqueira, apenas me interesso pelos assuntos que pairam ao meu redor.
- Tá vendo minha mãe seu gerente? Ela já é de idade! Não pode ficar na fila enquanto as suas funcionárias dondocas ficam ali conversando. - dizia uma mulher bem vestida ao lado de uma velhinha com uma cara de super ativa que estava, inclusive, vestindo roupas de ginástica.
Pela cara do gerente, ele pretendia responder educadamente, mas a sua caixa foi mais rápida:
- Dondoca é você minha filha. Vai tirar uma de madame pra cima de mim não! O gerente sabe muito bem que eu to na hora de almoço e não vou sair daqui até o meu tempo acabar. - ela conferiu o relógio.- O que, ainda falta 7 minutos pra acontecer!
O gerente então teve que se virar pra pagar embrulhar e empacotar todos os produtos das pessoas que estavam na fila, sozinho. Enquanto suas duas funcionárias que trabalhavam no setor do caixa estavam atrás do balcão conversando.
Minha atenção então se voltou pra conversa delas:
- E então, você mandou o bilhete pra ele?
- Ah mandei, mas tirei aquele finalzinho!
- UÉ! Mas o final era o mais importante, era o desfecho da história Judith!
- Eu sei, mas achei muito agressivo. Olha só eu coloquei o principal: - Judith tirou um papel do avental de trabalho que estava bastante riscado e amassado e leu em voz alta- '' Você não vai mais me fazer de boba. Não podemos mais continuar assim. Ou conversamos civilizadamente ou o fim será evidente. ''- ela fez uma pausa e se voltou pra amiga- Você escreve bonito em Cleide? E-VI-DEN-TE, palavra bonita essa não é?
- É, é. Mas continua Judith!
- Acabou! Só mandei isso, botei bem na bolsa de trabalho dele. Ele deve ver quando for mexer na papelada do barco.
- Judith, você me pediu pra fazer uma carta e mandou só um bilhete?!
- Ah desculpa Cleide, mas achei que assim ficou melhor! Você quebrou um galhão sabia amiga? Eu nunca ia conseguir escrever assim! Valeu mesmo.
- Judith afinal, porque você mesma não escreveu ?
- Ah Cleide, sei que não ficaria bom como ficou o seu... Se encaixou direitinho.

Olhei para aquilo e fiquei imersa em pensamentos: que coisa curiosa. Uma pessoa achar que não sabe se expressar a ponto de pedir para um terceiro escrever algo tão pessoal sobre sua vida. O medo de fazer errado as vezes nos priva de fazer o que queremos, ou que julgamos certo.

Um erro terrível que os homens cometem, é ter medo de acertar.

Até porque, o acerto é relativo, assim como o correto. Se faz algo com que se identifica e algo que vem de dentro de você, não pode estar errado. Antes de prever uma derrota, temos que tentar jogar e correr um grave e maravilhoso risco de acertar.

Bom fim de semana!

p.s: Nick, parabéns! Tudo de bom pra vc (:

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Canteiro de Petúnias

O seu nome era Pérola, uma senhora de 74 anos que ficara viúva à nove. Os médicos falaram de infarto fulminante. Mas a fortaleza que ela demonstrava ser por fora, era apenas uma máscara para a verdadeira mulher sensível e vulnerável que existia dentro dela. Problemas de coração eram constantes mas todos tratados às escondidas dos netos ''para não preocupar os coitados''. Na verdade, um neto em especial. Ela nunca negou que elegera Riverto como predileto. Otacílio e Miranda eram apenas homens, que só ligavam para as finanças da empresa e não se importavam com a saúde da avó.
Quando ela morreu, antes mesmo do velório, Otacílio e Miranda, já foram logo falar com o advogado da velha para saber de testamento, receosos de a vó ter deixado toda a riqueza para o seu protegido. ''Abutres'' pensou Riverto '' só querem saber de dinheiro e de bens. Pobre alma da minha avó''. 
O advogado lhes disse que no testamento constava que as terras ficariam para Otacílio, o cofre para Miranda.
Para Riverto, ela deixava uma pequena quantia em dinheiro e seu canteiro de petúnias.
Otacilio achou aquilo o cúmulo do esquisito. Não era provável que Sra. Pérola tivesse deixado menos fortuna para seu neto favorito do que para ele, que sempre fora, claramente, um nada para a avó.
Ele então resolveu investigar: aquelas petúnias não deviam ser normais. Ele tirou todas as flores do canteiro sem Riverto saber e mandou para um renomado laboratório clínico analisar. Tinha certeza de que acharia algo raro ou melhor, caro, para justificar a distribuição não igualitária de bens. Mas o resultado não detectou nenhuma substância química, nem nada de desigual nessas Petúnias em especial.
Miranda, certo de que tinha algo escondido no canteiro das petúnias, esperou cair a madrugada  revirou a terra em busca de algo como um pote de ouro. Mas não encontrou nada.

Os meninos não encontraram nada porque não tinha nada de especial material naquele canteiro, a não ser, é claro, amor. Para Sra. Pérola, aquele era seu maior bem, o que ela cuidava com maior carinho, o que ela dava maior amor, e ela queria que ele fosse preservado. Certa de que Riverto cumpriria muito bem esse papel, ela deixou-o sob seus cuidados.

Mas era tarde. O canteiro já estava remexido e sem nenhuma petúnia sequer.


Cuide bem de seu canteiro de petúnias!
Grande Beijo!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Conceito

Ele estudava na terceira série, só tinha nove anos. Mas ele não tinha outra escolha senão crescer em mente mais rápido do que poderia crescer fisicamente. Filho de pai militar e mãe cozinheira do exército, ele era aquela criança que era encontrada pelos cantos da casa sem nada nas mãos apenas olhando para um ponto fixo na parede, teto ou chão. Isso nunca preocupou o pai, a final, '' mostra que o moleque é concentrado e vai dar um bom capitão da tropa'' . Mas para  mãe, que, secretamente tinha um coração, havia algo de errado com ele.
- Luigi...?
- Sim, pai? - disse ele, deixando de fitar a traça no corrimão da escada para dar atenção ao pai.
- Para você meu filho, o que é conceito?
- É nota pai...
- E o que é nota?
- É o resultado de alguma avaliação.
- E o que é resultado?
- É o que restou a partir de um trabalho feito.
- E o que é um trabalho?
- Algo pelo que você se esforçou para obter alguma recompensa.
- E o que é recompensa?
- É conceito, pai.

O mundo é redondo, mas vasto, evite caminhos que vão te levar sempre ao mesmo lugar.

Grande beijo!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

sonhos flutuantes

Quando algo que parece tão seu é tirado de você, você se sente nada. Porque nada é a ausência de coisas. Que coisas? Coisas que sejam grandes o suficiente para te fazerem viver. Quando algo que não é palpável, mas ao mesmo tempo é muito maior do que algo concreto, é tirado de você, como um sonho, as coisas saem por um instante do lugar. Mas o nosso dever é não deixar que esse instante dure tempo suficiente para te deixar triste demais.
Falando em sonhos... Pare e pense: ao decorrer de sua vida quantos sonhos você já teve? Eu, por exemplo, quando era pequena queria ser desenhista. Tinha uma pasta que guardava todos os desenhos que eu fazia, fazia inclusive exposições de desenho. Ai depois, resolvi que queria ser bailarina, e eu brilhava no ballet. Minhas apresentações eram ótimas, mas não prossegui nessa carreira. Depois de ler um certo livro mudei os planos, decidi que seria poetisa. E as apresentações voltaram, dessa vez de poesias, minhas poesias. E o tempo passa e os sonhos passam também. Porque conforme a gente cresce, nossos interesses crescem junto e mudamos de opiniões muitas vezes na vida.
E sempre, SEMPRE, que algo é tirado de você é porque algo maior não quer deixar que isso aconteça.
Hoje o meu sonho ( o meu sonho do momento na verdade) foi tirado de mim. Eu estava disposta a deixar tudo para trás para correr e abraçar esse sonho com todas as minhas forças, quantas coisas não pertenceriam mais a mim caso esse sonho se realizasse... E ele não se realizou. Tenho certeza que foi porque foi decidido que não valeria a pena eu deixar todas essas coisas para trás, e que eu teria mais perdas do que ganhos,e então... Aqui estou eu seguindo, o plano B que pode ser MUITO melhor do que o A.

Você pode sim acreditar nos seu sonhos, mas tem que lembrar que eles são frágeis, leves e flutuantes. Se você apertar muito, eles se partem, se você deixá-los soltos, eles se vão. Então, achar o equilíbrio para isso é manter a tranquilidade e a certeza de se algum sonho se vai é porque tem que ir.

Beijos!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

real sentido

Há uns dois meses mais ou menos, venho acompanhando, de longe, o status de uma conhecida minha. O primeiro que me chamou atenção foi ''ACABOU''. Depois de um tempo, foi substituído por '' VOCÊ NÃO SIGNIFICOU NADA PRA MIM''. Que depois deu lugar a um '' VOCÊ FOI SÓ MAIS UM IDIOTA QUE PASSOU NA MINHA VIDA''. Mais recentemente ela aderiu a um '' SINTO SUA FALTA. É MUITO DIFÍCIL DIZER ADEUS''. E também ouviu durante alguns dias uma música chamada '' ex-namorado''.
Bem, eu não sei onde ela queria chegar com tudo isso. Mas sei onde ela chegou: Ela se expôs, se mostrou fraca e sensível, como se qualquer toque a pudesse derrubar. Se mostrou confusa, com mudanças bruscas de opiniões. 
Eu não sei se o tal ex-namorado dela tinha acesso a esses status, se tinha é o fim dela. Se ele realmente a magoou ela não podia ter se mostrado assim tão frágil pra ele. Ela deu um presente para o rapaz. Tudo o que ele queria era confundi-la e deixa-la pra baixo, com ápices de raiva e saudade. E foi o que aconteceu.
Se ele não tiver acesso aos status dela, ela agora está sendo vista pelas amigas como fraca e abatida. Não que seja proibido ser fraca, podemos sim, contanto que seja só por dentro. Mas suficientemente fortes por fora para não deixar transparecer nem um milímetro sequer da nossa fraqueza. Assim, essa fraqueza fica quieta em um canto, e vai, aos poucos, amadurecendo. 
Agora, caso essa fraqueza seja exposta, ela vai se valorizando, ganhando forças e chega a um tamanho que é incontrolável e já é maior do que você!

Enfim... Quando se quebra um braço, você imobiliza ele, para que ele possa repousar, para que ele possa ficar sossegado sem ninguém mexer, e aí ele se reestrutura. Temos que fazer o mesmo com qualquer coisa que nos incomoda ou nos deixa mal!

Não seja fraco a ponto de deixar sua fraqueza te dominar. Também não seja forte ao ponto de pisar na fraqueza nos outros!

Bom fim de semana!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

o remedinho dos pais

Todo mundo já caiu de bicicleta (se você não caiu você simplesmente não faz parte do mundo! ;) ) e é sempre o mesmo ritual: você chora, seus pais te pegam no colo, você senta numa mureta qualquer largando a bicicleta caída pra lá e seus pais dizem que é um machucadinho de nada, que você não precisa se preocupar que vai passar já e você vai poder andar de bicicleta de novo logo.
Magicamente passa. Sim, o machucado sara, a dorzinha que incomoda some, e você volta a andar de bicicleta, só que tem um porém: você volta mais cauteloso, e ai, se machuca bem menos.
Juro que tentei achar alguma explicação científica para isso, mas nem o Google tem uma resposta concreta.

Só o que eu sei é que é líquido e feito: os pais têm poder de cura.
Uma das fontes, a mais romântica delas, diz que o nome desse poder é simplesmente amor. O amor que os pais depositam em você quanto te vêem sofrendo por um machucado é tanto que encobre a sua dor.
Outra fonte, a mais racional delas, diz que isso é genético. Os pais tem uma ligação tamanha com você, que as palavras deles ao chegarem no seu cérebro viram uma espécie de ordem que o seu corpo simplesmente segue.

Eu tenho outra teoria: a da confiança.
O sentimento que predomina numa relação de pais e filhos é a confiança. Temos em nossos pais um porto seguro, porque isso é tudo o que eles foram desde que fomos criados, por eles diga-se de passagem. Então em tudo o que dizem, acreditamos, confiamos, a ponto de forçar que essas coisas aconteçam.
Sabemos que quando eles dizem que vai passar é porque realmente vai passar... E passa! E quando eles dizem que vai dar tudo certo irá dar tudo certo... E dá!
Simples assim!

Olha, quando eu digo pais, eu quero dizer qualquer pessoa que tenha uma relação tão íntima com vocês quanto um pai ou uma mãe pode ter, por ter alimentado, cuidado, e, acima de tudo, amado cada um.
Descoberto o remedinho dos pais!


Ótima semana!


p.s: visitem visitem visitem: http://leandrinhodesenhista.blogspot.com       ;*

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

minimizar

Outro dia estava olhando umas palavras no dicionario (não que eu fique olhando palavras aleatoriamente no dicionário, quero dizer, isso é coisa de maluco! E eu não sou maluca... Não mesmo! Não adianta me olhar com essa cara eu já disse que não sou maluca e pronto! ). Enfim, eu estava olhando palavras no dicionário e fiquei curiosa por uma palavra em especial:
'' minimizar: v. tr. : 1. reduzir ao mínimo / 2. tornar menor/ 3. diminuir importância. ''

Discordo! Totalmente discordo! Pense comigo, uma situação trágica:

Seu telefone toca, você atende e é seu vizinho Maurício, o cara superficial que pega onda com você e dá em cima da sua irmã sempre que pode. Quando você diz ''alô'' já se surpreende com o cara chorando rios e mais rios de lágrimas, pergunta o que aconteceu pra ele estar em tal estado de desespero. Ele dá a seguinte declaração: '' Sinto muito, foi num acidente de carro, estavam sua mãe e seu pai nos bancos da frente, a pancada foi forte... Nenhum deles resisitiu. ''
Pense: qualquer um que recebesse essa notícia se debulharia em lágrimas, culparia o motorista que bateu no carro de seus pais, culparia o sinal que abriu na hora errada, culparia o padeiro que demorou demais para trazer o pão, pondo seus pais na hora e lugar errado. Imagine que você tem um tamanho alto controle e resolve que vai ''minimizar'' a situação.
Você diz pro vizinho ( que mesmo sendo fútil comoveu-se demasiadamente com a situação) que depois resolve o que tem que resolver quanto a isso, mas que tem que voltar pra frente da TV porque o intervalo vai acabar e daqui a pouquinho os times já estarão em campo novamente.
Você iria ser um estúpido, grosseiro, insensível para sua vizinhança. Depois para o bairro. Depois no ambiente de trabalho, na cidade, no estado, no país, no MUNDO. Você ficaria conhecido como '' o cara de não chorou a morte dos pais''. Tudo porque você supostamente minimizou a situação...
Ai você seria convidado por aquele apresentador gordo e papudo para ir ao programa dele e ele ia te apresentar como '' o boçal que não tem sentimentos''.
Todo mundo no planeta saberia da morte de seus pais, e saberia mais ainda que você mininizou a situação a ponto de torná-la insignificante, deixando de lado um fato tão marcante que a coisa tomou proporções gigantescas.
Tudo porque você ''minimizou'' a situação.

Não peço que vocês maximizem as coisas, tornem-as grandes nem nada do gênero. Peço que vocês avaliem e simplesmente ajam na proporção correta.

Boa semana! :)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

uma conversa despretensiosa

-Carmem deixa eu te perguntar uma coisa... Sua filha anda fumando né?
- Mais que ideia é essa Berenice? Maria Isabel jamais poria um maço de cigarro na boca!
- É que eu vi, sabe, Carmem, ela outro dia no portão, atrás da sua figueira fumando...
- Pois bem, eu duvido muito que tenha sido Maria Isabel! Como eu disse, ela jamais poria um maço de cigarro na boca.
- Desculpa Carmem, eu não ia falar não, mas acho que nós somos amigas e temos intimidade suficiente para eu falar... Acho que não é impossível ela estar fumando não, ela anda se vestindo de forma estranha com aquelas roupas pretas e coladas, botas, correntes...
- Ah sim, ela pode até estar com um estilo diferente, mais recolhido, com roupas mais escuras, mas fumando, garanto que nunca!
- Se você diz... Também tem aqueles novos amigos que ela está andando agora... Eles usam a mesma roupa que ela, e juntos, eles me dão a impressão de que formam uma gangue.
- Ah sim, ela pode até estar com uns amigos diferentes, todos integrantes desse estilo mais fechado e altruísta, mas fumando eu te garanto que não!
- Hum... Bem, Carmem, eu não consigo me segurar e tenho que perguntar. Como você aguenta as novas músicas que ela anda escutando hein? Letras horrorosas, cheias de palavrões, barulhentas...
- Ah sim, ela pode até estar curtindo um estilo diferente de música, é o rock revoltado, se você reparar bem eles xingam aqueles que fazem mal indiretamente como o Papa que como chefe supremo da Igreja não toma grandes atitudes, os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz porque apesar de esnobarem um prêmio desse nível não fizeram nada muito impactante... Acho uma atitude legal, estão revoltados com o que não está certo. E como o mundo não está certo, eles estão revoltados com o mundo. Mas fumando, garanto que é impossível!
- Certo... E o namorado dela? Além de usar as mesmas roupas esquisitas ele tem um cabelo grande, anda meio abestalhado e se você quer saber eu já vi eles dando uns amassos bem...como diria? Fortes e ofensivos para quem está vendo na pracinha, sabe? Achei que eles fossem, ah sei lá Carmem, o que esperar dos jovens né?
- Ah sim, o namorado dela. Eles podem até ter uma relação muito ardorosa e às vezes até incandescente, mas eles são assim mesmo, intensos, intensos demais. Mas te juro que minha filha nunca colocou um maço de cigarro na boca!
- E as atitudes Carmem? Eu mesma vi com meus próprios olhos a Maria Isabel e o namorado dela chutando um gato, e rindo do desespero do coitadinho!
- Ah sim, eles às vezes fazem com uns animais o que muita gente chama de maus tratos mas que na verdade são uma forma que eles acharam para preparar os bichinhos para a vida ! Mas fumando Maria Isabel Não está!
- Tá bom Carmem, a gente se vê por aí.
Saindo dali, Berenice rezava pela boa alma da amiga.


O pior cego é aquele que não que ver o que está diante de seus olhos! ;)
                                                                                                          

aaah... o verão!

Eu sei que está chegando o verão quando a água que vem da caixa d'água começa a sair quente pela torneira.

Boa semana!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

um ex-fumante.

Ele tinha acabado de ser contratado. Para quem estava a dois anos desempregado, passar o dia limpando a janela daqueles edifícios bonitões da Paulista parecia o melhor dos empregos possíveis. 
Enquanto limpava o último dos andares da prefeitura, parou e viu a imensa cidade de São Paulo... '' é ainda maior vista de cima'' pensou. Resolveu sentar no parapeito e observar a paisagem, afinal, estava com o serviço bem adiantado mesmo. 
Sentou, tirou um maço de cigarro do bolso e acendeu, começou a cantar uma música de Leci Brandão. Enquanto cantava gesticulava e viajava em sua fantasia.

Lá em baixo, uma comerciante que passava pela rua viu um homem balançando as perninhas para fora da janela do último andar. Nem pensou duas vezes: '' Acode! Acode! O homem ali vai se suicidar!''. É impressionante como a tragédia é atraente né. Em pouco tempo já tinham dezenas de pessoas em volta com pena do suposto maluco que ia se jogar do prédio. 

No meio da confusão, o barulho da patrulha da polícia chegou abrindo espaço. Um homem bigodudo saiu do carro com um mega-fone na mão já dizendo que era autoridade e que todo mundo tinha que e afastar para a polícia poder realizar a operação com sucesso. 
Enquanto as tais autoridades montavam cerco na área apareceu uma senhora desesperada dizendo que o rapaz que estava em cima do prédio era seu sobrinho e que ela reconheceria suas pernas de qualquer ângulo - apesar de só a barra da calça do sujeito estar exposta. 

Em quanto isso, lá em cima, o homem que fumava e cantava no expediente foi surpreendido por uma gravata por trás dada pelos homens do bombeiro, que com muita eficiência tinham chegado ao último andar do prédio e contido o ''suicida'' com sucesso. 
'' calminha aí moço, eu só tava descansando um pouco. Já ia voltar ao trabalho!''

Lá em baixo a mulher que se dizia tia do menino já estava quase tento um surto. Andava de um lado para o outro e puxava os cabelos. Quando viu os bombeiros saírem do prédio com o '' seu sobrinho'' foi correndo falar com ele. Apertou suas bochechas e disse para não dar mais esse tipo de susto e esquecer essa ideia de se suicidar. Ela deu um tapa da cara do pobre homem e saiu falando que aquilo era injusto com a alma do seu avô. Logo atrás de sua falsa tia vinha o executivo que ele conheceu como o cara que lhe tinha dado emprego: '' O senhor está despedido por difamar a empresa.''. O empresário disse ainda que se quisesse se suicidar ele podia. Contando que antes tirasse o uniforme de trabalho.

Nessa tarde, em que um simples trabalhador passou por suicida, ganhou uma tia e perdeu o emprego, ele decidiu: pararia de fumar...




Bom fim de semana ! (:

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Medo de acordar

Todo dias temos medo de acordar e nos deparar com os costumeiros desastres diários. Sim, desastres.
Acordar, descobrir que o pão está mofado e não tivemos tempo de ir ao supermercado. Derramar café na blusa que íamos trabalhar. Esquecer as pastas tão necessárias em casa, e só lembrar disso no trânsito. Sim, porque o transito vai ser infernal, com buzinas e sinais vermelhos por toda a parte. Trabalhamos, e brigamos com pelo menos quatro pessoas durante o dia que discordam do nosso modo de agir perante uma certa situação. Almoçamos, na verdade engolimos a comida, pois daqui a meia hora temos que voltar ao trabalho. No caminho de volta para o trabalho, paramos em um sinal, vemos crianças de rua jogarem água no vidro do carro, para limpá-lo em toco de tostões. Tinha arrumado uma brecha nos horários para lavar e agora o capô estava escorrendo água suja. Acabamos que ficamos com penas dos meninos que sujaram o carro... Afinal, eles estão nas ruas atrás de moedas para juntar e de lá tirar seu sustento sabe Deus como. Esse pensamento nos estressa, vimos como nosso país está abandonado em alguns setores. Voltamos ao trabalho e continuamos fatigados até a hora de ir embora. 
Chegamos em casa cansados, tomamos um banho, ligamos a tevê no jornal. O apresentador está ficando velho, o tempo está passando. Ficamos sabendo das pessoas que morreram sendo inocentes, da inflação, da corrupção que rola solta sempre. 
Comemos algo enlatado e vamos dormir, antes ficamos pensando na cama... O que será de mim amanhã? É possível de alguma maneira afastar todos os pensamentos ruins e pessimistas quanto ao futuro incerto e ao presente errado?
O que podemos fazer é sorrir mais, sorrir muito o quanto pudermos. Comer melhor, balancear a alimentação. Cuidar do corpo, fazer exercícios. Há sempre maneiras de ser mais feliz. E se você já se acha feliz... SEJA AINDA MAIS! NÃO SE CONTENTE COM POUCO! O mundo é dos ambiciosos e não apenas dos ambiciosos por dinheiro, prosperidade dos negócios, mas também - e ainda mais na verdade- dos ambiciosos por alegrias, felicidade, saúde. Tudo isso pode ser encontrado em um pensamento dentro de você.
Ai você pensa em tudo isso. E decide que amanhã vai ser uma pessoa melhor. 
Pelo menos até a hora que você se lembra que o pão mofado continua no armário e que você não passou no mercado para comprar outro: amanhã sem café da manhã;
CATÁSTROFE!

tudo tem seu lado ruim, não se apegue a ele.  SORRIA!