segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Imperialismo


É interessante pensar que não precisava ser assim. A necessidade de dominar se sobrepujou ao dito intercâmbio de saberes que deveria acontecer com tamanho choque de culturas. Foi assim com o reconhecimento do Brasil pelos portugueses. Digo reconhecimento pois os nativos já aqui haviam chegado e, inclusive, eram os donos por direitos de cada pedaço de terra delimitado pelas fronteiras brasileiras. Não foi o que aconteceu.
                Quando uma caravela adentrou em mares brasileiros, logo disseram “Terra à vista!”. Mais tarde descobriram que não só terra estava à vista, mas também um povo estava diante dos olhos europeus. Povo esse que foi sufocado pelo brilho das armas e panos das roupas europeias que até então faziam parte do desconhecido para os detentores da mata. Sua mata foi explorada, sua cultura erradicada, seus bens tomados, sem razão e de maneira absolutamente injusta.
                Os portugueses diziam que a cultura indígena é inferior. Como se pode dizer que um povo que sobrevive em harmonia com a natureza e não a destrói é inferior? Como dizer que um povo que sobreviveu sem quaisquer ajuda da mais remota que fosse tecnologia merece ser minimizado? Os donos da terra sofreram com o egocentrismo equivocado europeu.
                Até os dias de hoje, o imperialismo rege a sociedade e sempre uma cultura sofre pressão de outra. Só queria pensar que seria diferente e os índios tivessem permanecido em seu lugar. Hoje estaríamos vestindo roupas diferentes, falando línguas diferentes e tendo um orgulho inédito de ser brasileiro.