terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

romance

- Ana Gabriella, eu estou ultra apaixonado por você. Não importa o que você diga ou pense, nada vai mudar! Mas infelizmente não importa também o que eu diga ou pense, seu amor por sua família se mostra inexorável. E você estando comigo, seria como se os tivesse traindo.

Se eu tivesse narrando em primeira pessoa seria mais ou menos assim:  minha boca secou como se toda a umidade do mundo tivesse acabado. Tudo o que eu quis ouvir desde sempre foi dito de forma tão rude. Mas nem a sutileza faria o que foi dito ser ainda mais perfeito e a parte do ''ultra apaixonado por você'' martelou na minha cabeça tantas vezes quando foi possível ouvir. Depois as palavras ficaram de um jeito disforme como acontece quando são ditas muitas vezes.  Depois as palavras foram voando, planando na minha mente, até que não era mais possível ouvi-las. Mas era perfeitamente possível senti-las. Como uma cosquinha que me faziam querer rir. E sorrir. Então eu sorri, e foi como se eu fosse sorrir pra sempre. Afinal, agora minha mente bloqueava todos os motivos para não sorrir. Como se o sorriso fosse uma grande ilha, que deixasse as palavras presas para elas não pudessem mais sair e ficarem lá, só me lembrando qe realmente aconteceu. As palavras que ele disse estavam grudadas no meu sorriso.


Mas como eu não estava narrando em primeira pessoa apenas:


E ela disse:
- Eu te amo.

Um comentário:

  1. O pior é que é TUDO verdade
    A gente fala SÓ eu te amo
    quando queremos dizer MUIIIITO mais

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